Todos estamos dóceis, felizes. É o tal do espírito de natal, dizem, mas o que é este tal espírito? E porque ele só surge no “final” do ano? É mais uma da nossa sociedade que, ao invés de criar políticas públicas que possam sanar verdadeiramente os anseios de uma nação, cria o tal espírito de natal com sua “bondade” falseada. Mas afinal o que é essa bondade? Bondade é dar esmolas para uma criança na rua mesmo sabendo que terá um adulto por trás, ou melhor, é dar uma “contribuição” para um órgão que bem aplicará o seu mísero dinheiro? Esse é o mesmo órgão que aparece no Fantástico, da Rede Globo, como fraudador. Talvez essa seja mesmo a bondade do espírito de natal.
Estou cansado de ver que temos educação que não queremos, saúde que não merecemos, mas, por outro lado, não sei o que de fato posso fazer. Denunciar? Para quem? Sou apenas um pobre estudante, ainda meus clamores não são ouvidos, mas as crianças crescem, os velhos sofrem, o tempo passa. Não posso ficar apenas lamentando e também não quero eufemismar a vida. Sei que diante de toda a contemporaneidade e de tudo a que esse nome remete é difícil pensar em uma sociedade onde a igualdade é plena, mas o que eu me proponho a fazer é pensar que nós, os humanos, somos capazes apenas de sermos e agirmos com mais carinho, amor, ou melhor, com humanidade e abandonarmos a soberba, o egoísmo e a animalidade. Isso eu sei, é possível, basta que sejamos honestos conosco. E ser honesto é ser realista, falar para o mundo que não existe “espírito de natal” - isso não é acabar com o lúdico - devemos, por outro lado, falar de ética, moral, amor, princípios eternos do plano material os quais não desaparecem como os enfeites das árvores de natal.
João Batista Gomes Macedo
Subsecretário Regional de Formação
JUFRA REGIÃO CENTRO
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